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TABU

  • Foto do escritor: Pricilla Maria
    Pricilla Maria
  • 30 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 31 de jul. de 2019

Eu gosto é de foder com palavras.

A cada uma que escorre virgem pelos meus dedos - virgem porque nunca dantes usada com o mesmo sentido que eu uso - sinto a mesma sensação de quando dedos habilidosos, ou nem tanto, escorrem também pra dentro da minha boceta. É visceral, é aquele prazer único que apenas aqueles dedos me farão sentir, que só aquelas palavras, postas daquela forma, me farão sentir.

A cada parágrafo que faz sentido aquela estocada que faz a lágrima escorrer pelos cantos dos meus olhos, de tão gostosa. Os arcos vão se formando, a história ganhando corpo, profundidade, assim como a boceta vai abrindo espaço dentro dela, crescendo, enchendo de sangue as suas paredes. O clitóris vai ganhando corpo, parrudo, a medida em que dedos acertam o ritmo ou a língua, com tanta destreza quanto gentileza, vai molhando toda a área ao redor, fazendo com que as palavras agora escorreguem pra fora tão naturalmente quanto a lubrificação da boceta, em mistura com a saliva da língua alheia.

De parágrafo em parágrafo o texto pronto. Aquele pedido de leitura pra um amigo, tão gentil e constrangido quanto aquela mensagem pro(a) pau amigo/buceta amiga que deixa claro, porém nem tanto, que eu quero trepar. Mas acima de tudo, constrangido porque neste momento estou vulnerável, tenho medo da rejeição. Pedir que uma pessoa leia meu texto é a mesma coisa que ficar nua para ela: tenho que confiar.

E então aquela espera, como aquele gozo que eu estou guardando ali, naquelas últimas horas de estocadas, lambidas e dedadas, termina quando o feedback vem, e minha narrativa faz sentido e é boa.

O gozo é ouvir que o texto fez meu leitor sentir exatamente o que eu queria, que nem aquela rebolada malina que eu dou, e rio de prazer quando sinto o pau ficar mais duro dentro do buraco qualquer em que ele esteja. Ouvir isso é música para meus ouvidos, como aquele gemido gostoso e incontrolável que eu só fico sabendo que o outro é capaz de soltar quando goza, aquele nosso segredo.

E isso me dá mais tesão de continuar escrevendo, de ter mais ideias: aquela mensagem despretensiosamente maliciosa que mando no aplicativo de relacionamento, ou no privado, e me faz começar o processo todo de novo.

Mal posso esperar pela minha próxima foda.

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